A semana do Botafogo foi precedida pela expectativa de que jogadores do líder do Campeonato Brasileiro estivessem na convocação da Seleção Brasileira para as primeiras partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo. Porém, o técnico Fernando Diniz optou por não incluir em sua lista o goleiro Lucas Perri e o zagueiro Adryelson. No dia seguinte, a dupla ratificou sua ascensão, ao ser essencial para o Alvinegro segurar o empate em 0 a 0 com o São Paulo.

Tanto o camisa 12 quanto o defensor simbolizam a consolidação que move a luta do Glorioso pelo título. Mesmo em partidas desafiadoras, nas quais há desajustes em alguns setores ao atacar, a organização botafoguense prevalece para a equipe somar pontos e se garantir na liderança do Brasileirão.

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O São Paulo tentava acuar o Botafogo e encontrava espaços principalmente no lado direito. Di Plácido havia recebido cartão amarelo com um minuto de jogo e, posteriormente, começou a deixar o setor vulnerável. Adryelson passou a ser decisivo para esfriar as ações ofensivas são-paulinas.

Além disso, em uma reta final de maior pressão, coube ao camisa 39 agir novamente como um leão, saltando para evitar duas jogadas traiçoeiras. O jogador ainda mostrou uma sintonia bem fina com Victor Cuesta.

O argentino foi preciso para salvar jogadas por via aérea. Além disso, penou ao travar disputas com Luciano e Calleri.

O setor defensivo também trouxe uma cartada interessante no Morumbi. Hugo correspondeu ao ser lançado no lugar de Marçal, tanto ao fechar os espaços quanto nas divididas com Lucas.

O goleiro Lucas Perri novamente teve atuação fundamental para garantir o empate sem gols no Morumbi. Firme, o camisa 12 fez uma defesa em chute cruzado de Juan.

Na etapa final, o goleiro ainda evitou duas conclusões traiçoeiras do São Paulo, estendendo a invencibilidade do Glorioso para 17 jogos.

– Depois da situação do Lucas Perri, um detalhe que foi muito importante. Eu até estava a falar com o Victor Sá e com o Adryelson, não tirando o mérito do Lucas (Perri), que está a fazer uma temporada realmente fantástica, mas metade dessas defesas já foi em situações de fora de jogo (impedimento). Aos poucos e também com uma crença enorme da parte dos jogadores, estamos a dar alguns passos em ir ao encontro também de um time que nós entendemos que pode ser uma equipe com maior controle do jogo com bola e por vezes ser uma equipe um bocadinho mais pressionante com linha defensiva um bocadinho mais subida e hoje a equipe teve um comportamento muito bom nisso. Se vocês forem ver, há vários exemplos isso em que a linha está minimamente organizada e a deixar em situações de fora de jogo os jogadores de São Paulo – disse Lage.

O desempenho defensivo deixou ainda mais nítida a “transpiração” em mais um jogo no qual a inspiração não esteve próxima dos jogadores. O Alvinegro só ia à frente em lampejos de Eduardo e, na frente, apenas Janderson conseguiu desenvolver as jogadas.

Tchê Tchê ainda chegou a tentar investidas para levar a equipe à frente. Mas, nem mesmo a estreia de Diego Costa e as entradas de Júnior Santos e Matías Segovia deram mais força ofensiva à equipe. À medida que o São Paulo foi avançando, coube ao Botafogo se desdobrar para assegurar o empate em 0 a 0.

O Glorioso se esmera para manter o título ao horizonte, e ainda tenta reencontrar o poder da criação. Cada vez mais ajustado, o desafio da equipe de Bruno Lage é manter um equilíbrio entre os setores.

– Há alguma coisa de bem que os jogadores estão a fazer, e aquilo que me deixa mais satisfeito, independentemente de haver convocados ou não, é que o que se está a falar é da equipe do Botafogo, e eles estão nesse sentimento. Ficaram eventualmente um ou outro que podia estar na esperança de ser chamado, mas passamos a outro nível, que é aquele nível que é mais importante do que tudo, não é o individual, mas é o coletivo. Foi isso que nós passamos e foi isso que nós sentimos da equipe. É continuar a trabalhar, é continuar a fazer jogos com a unidade que fizemos hoje (sábado) – afirmou Lage.