A seleção da Espanha fez história na conquista desta Copa do Mundo Feminina. Quem viu a grande final contra a Inglaterra, não imagina o quão difícil foi a trajetória das atletas. A campanha envolveu desde boicote das jogadoras até problemas nos bastidores.

Jorge Vilda, treinador da Espanha, chegou a ver seu elenco praticamente implorar por sua demissão. Inclusive, na comemoração do título, ficou “sozinho” por alguns minutos, o que revelou mais ainda os reflexos dos problemas extra-campo.

O problema começou há dez meses. Quinze jogadoras da Espanha se reuniram e pediram, via um e-mail formal enviado a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), o desligamento do treinador. As atletas contestaram diversas questões. Entre elas, problemas como escolhas táticas, gestão de grupo e até mesmo falta de cuidado médico e privacidade. A cobrança estaria embasada que, desta forma, os trabalhos não estariam evoluindo. Inclusive, algumas jogadoras afirmaram que, caso nenhuma decisão fosse tomada, não jogariam mais. Nomes como Mapi Leon e Patri Guijarro cumpriram com a palavra e não estiveram presentes na disputa.

Mas mesmo com as contestações e manifestações das jogadoras, a presença de Jorge Vilda foi bancada pela própria Federação da Espanha. Além de apoiar o treinador, chegou a criticar o comportamento das atletas. Na época, em um comunicado oficial, a entidade chegou a alegar que “não iriam permitir que as atletas questionassem a continuidade do treinador e de sua comissão técnica”.

– Não vamos permitir que as jogadoras questionem a continuidade do treinador e de sua comissão técnica, pois tomar essa decisão não está dentro de suas possibilidades – publicaram na época.

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O clima de embarque para a disputa da Copa do Mundo Feminina na Austrália foi pesado. Como dito anteriormente, refletia até mesmo em campo. Na festa após a conquista inédita, era perceptível a relação “mais fria” entre Vilda e seu elenco. Porém, o passado não refletiu no resultado e nem na campanha.

Campanha da Espanha na Copa do Mundo Feminina

A estreia da Espanha no mundial aconteceu contra a Costa Rica. A segunda fase foi contra a Zâmbia, em uma goleada por 5 a 0. No terceiro jogo, sofreu contra o Japão, derrotada por 4 a 0. Mas nem tudo estava perdido. Esta foi a única derrota da seleção espanhola na competição.

Nas oitavas de final, venceu a Suíça por 5 a 1. Nas quartas de final, teve mais trabalho. Contra a Holanda, venceu por 2 a 1, carimbando sua vaga nas semifinais.

Na semifinal, o jogo foi resolvido por Paralluelo, de apenas 19 anos, quando marcou o segundo gol da vitória por 2 a 1 contra a Suécia e colocou a equipe na final da Copa do Mundo Feminina de forma inédita.

Contra a Inglaterra, uma das grandes favoritas, superou todos os problemas e toda relação difícil que antecedeu a competição, e graças a Olga Carmona, ergueram a taça em sua terceira participação da competição. E de forma histórica.